Se divorciar é pecado?

Se divorciar é pecado?

Este assunto é evitado atualmente, pois poucos estão dispostos a entender e obedecer a verdade que veremos agora. A Bíblia é clara: o divórcio é uma quebra de mandamento, portanto, é pecado. Além disso, o preço a ser pago por esta escolha é altíssimo. Primeiramente devemos entender que as consequências do divórcio são devastadoras. Usando palavras sinceras, podemos afirmar que a separação do casal destrói uma família.

Mas, enfim, vamos para a Palavra, afinal de contas, nenhum argumento é válido se não estiver baseado nas Escrituras. No mesmo capítulo que outrora aprendemos coisas interessantes acerca da intimidade sexual do casal, também encontramos sérias admoestações relacionadas à separação do casal.

Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: que a esposa não se separe do seu marido.

– 1 Coríntios 7:10 (ênfase acrescentada)

A ordem na passagem acima é explícita, ou seja, não deixa sequer brechas para qualquer interpretação além da óbvia. A carta aos coríntios não é um livro bíblico poético. É um conjunto de instruções claras para o aperfeiçoamento da conduta cristã, ou seja, não podemos atribuir a ela interpretações pessoais baseadas em uma visão poética pessoal. 1 Coríntios 7:10 diz o que diz: “não se separe”.

Considerando o fato de que a carta aos Coríntios foi escrita com o intuito de instruir a Igreja, temos no versículo seguinte a instrução para aqueles que, talvez pela ignorância, já se divorciaram ou estão prestes a optar por esta decisão terrível.

Mas, se o fizer, que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido. E o marido não se divorcie da sua mulher.

– 1 Coríntios 7:11 (ênfase acrescentada)

E ressalto o sentimento do Criador em relação a esta terrível quebra de aliança.

“Eu odeio o divórcio”, diz o Senhor, o Deus de Israel, e “o homem que se cobre de violência como se cobre de roupas”, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso tenham bom senso; não sejam infiéis.

– Malaquias 2:16

As Escrituras deixam claro o fato de que o homem e a mulher estão ligados pela aliança do casamento enquanto um dos cônjuges estiver vivo. Esta aliança que um dia foi feita diante de Deus e dos anjos deixa de existir somente diante da morte.

A mulher está ligada a seu marido enquanto ele viver. Mas, se o seu marido morrer, ela estará livre para se casar com quem quiser, contanto que ele pertença ao Senhor.

– 1 Coríntios 7:39 (ênfase acrescentada)

E mesmo que um dos cônjuges venha a falecer, a Bíblia é clara em afirmar que o próximo par deve ser cristão também. Caso um dos cônjuges se una à outra pessoa antes da aliança ter sido desligada, comete pecado de adultério.

Quem se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher estará cometendo adultério, e o homem que se casar com uma mulher divorciada do seu marido estará cometendo adultério.

– Lucas 16:18

Pense na periculosidade do divórcio para a vida cristã. Quando você se divorcia, além de agir contra a vontade do Pai, expõe o cônjuge ao pecado também.

Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério.

– Mateus 5:32 (ênfase acrescentada)

Ou seja, o divorciado, além de cometer pecado, se torna responsável pelo pecado do outro. Imagine as consequências deste ato para a vida espiritual do casal agora separado. Estes pecados perseguirão o indivíduo até a morte de um dos dois… Quantas desvantagens espirituais isso provocaria?

Não ache que esqueci a exceção para o divórcio, citado por Cristo, no versículo que acabamos de ler. “Exceto por imoralidade sexual” é o que lemos. Esta é a frase na tradução Nova Versão Internacional. A palavra usada na versão Almeida Revista e Corrigida é “prostituição” e na Nova Tradução da Linguagem de Hoje é “adultério”.

Poderíamos adentrar uma discussão sobre qual tradução foi melhor construída, mas não é necessário. A discussão sobre qual palavra Jesus realmente usou não nos será tão útil quanto observar o versículo anterior.

Foi dito: “Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio”.

– Mateus 5:31 (palavras de Jesus, ênfase acrescentada)

Repare naquelas duas palavras iniciais, “foi dito”. Jesus, ao entrar neste assunto polêmico, está se referindo à certidão de divórcio citada em Deuteronômio capítulo 24.

Se um homem casar-se com uma mulher e depois não a quiser mais por encontrar nela algo que ele reprova, dará certidão de divórcio à mulher e a mandará embora.

– Deuteronômio 24:1

E o que seria exatamente “encontrar nela algo que ele reprova”? Perceba que estamos falando de encontrar algo, ou seja, um fato antes oculto, mas agora descoberto. Entendemos melhor esta questão se retrocedermos dois capítulos.

Se um homem casar-se e, depois de deitar-se com a mulher, rejeitá-la e falar mal dela e difamá-la, dizendo: “Casei-me com esta mulher, mas quando me cheguei a ela, descobri que não era mais virgem”, o pai e a mãe da moça trarão aos líderes da cidade, junto à porta, a prova da sua virgindade.

Então o pai da moça dirá aos líderes: “Dei a minha filha em casamento a este homem, mas ele a rejeita.

Ele também a difamou e disse: ‘Descobri que a sua filha não era virgem’. Mas aqui está a prova da virgindade da minha filha”. Então os pais dela apresentarão a prova aos líderes da cidade, e eles castigarão o homem.

– Deuteronômio 22:13-18

Esta exceção apresentada na passagem bíblica acima se refere à fornicação. Melhor dizendo: naquela época, a mulher se apresentava como virgem ao marido, mas se durante a primeira relação sexual do casal não houvesse sangramento vaginal, isto seria sinal de que ela, na verdade, já havia se entregado a outro homem anteriormente.

De acordo com a Lei dada por Deus ao povo hebreu, o ato da fornicação era (e ainda é) extremamente desonroso e, neste caso, validaria o divórcio. A lei brasileira, até o momento, anula o casamento se um dos cônjuges provar, logo no início da vida conjugal, algo descoberto que venha a atrapalhar a vida sexual do casal. Ou seja, até hoje encontramos resquícios desta lei judaica.

Mas a questão é: neste caso, hoje em dia, o divórcio seria pecado? Como vimos, descoberto algum empecilho grave para a vida sexual do casal, a Palavra fornece autorização para o divórcio. Repito as palavras de Jesus:

Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério.

– Mateus 5:32 (ênfase acrescentada)

Então a única exceção verdadeira para a quebra de aliança feita diante de Deus e dos homens é este grave problema descoberto na vida sexual. Note que não se trata de compatibilidade de gostos ou do jeito que um dos cônjuges se comporta durante o ato sexual.

Todavia, ainda assim, cabe ao casal apresentar o problema diante do Senhor e aguardar por uma direção do Espírito Santo. Deus odeia o divórcio e ninguém pode negar isto, portanto, antes de fazer algo que o Pai desaprova totalmente, esgote todas as possibilidades.

Alguns ainda poderão argumentar a favor do divórcio usando o versículo 3 de Deuteronômio capítulo 24.

E o seu segundo marido não gostar mais dela, lhe dará certidão de divórcio, e mandará embora a mulher.

– Deuteronômio 24:3a

Muitos insistem em aprovar o divórcio citando apenas o versículo acima contra vários outros versículos que desaprovam totalmente o divórcio. Contudo, novamente não precisamos entrar em discussões. As palavras de Jesus resumem o que precisamos saber.

Jesus respondeu: “Moisés lhes permitiu divorciar-se de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio”.

Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério”.

– Mateus 19:8,9 (ênfase acrescentada)

A permissão pertencia ao tempo passado (“Moisés lhes permitiu”), isto é, foi deixada para trás. A vontade perfeita de Deus é atemporal (“eu lhes digo”, palavras de Jesus). E qual foi a vontade do Senhor desde o princípio?

Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.

– Gênesis 2:24 (ênfase acrescentada)
O casamento liga duas pessoas de uma maneira espetacular. A união, no mundo espiritual, é tão intensa que diante do Senhor o casal passa a ser visto como “uma só carne”. A não ser por causa de “imoralidade sexual”, “prostituição” ou “fornicação”, a aliança do casamento perdurará até que a morte separe os cônjuges. Caso contrário, o casal comete pecado.