Eis uma questão que tanto dividiu a humanidade nestes últimos milênios. Afinal de contas, Jesus foi totalmente homem ou totalmente Deus? Esta pode aparentemente ser uma simples questão, mas as concepções provindas desta pergunta dividem os teólogos e, por consequência, as massas.
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Se afirmo que Jesus foi totalmente homem enquanto viveu neste mundo, então não posso considerá-lo como sacrifício suficiente por toda a humanidade e, além disso, anulo algumas profecias do Velho Testamento a Seu respeito. Por outro lado, se nego a humanidade de Cristo e afirmo que sua vida neste mundo foi totalmente em espírito, nego seus sofrimentos decorrentes das miseráveis limitações humanas.
E o que as Escrituras dizem sobre isso? Começaremos este estudo com o livro de Lucas, capítulo 1.
No sexto mês Deus enviou o anjo Gabriel a Nazaré, cidade da Galiléia, a uma virgem prometida em casamento a certo homem chamado José, descendente de Davi. O nome da virgem era Maria.
O anjo, aproximando-se dela, disse: “Alegre-se, agraciada! O Senhor está com você!” Maria ficou perturbada com essas palavras, pensando no que poderia significar esta saudação.
Mas o anjo lhe disse: “Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus! Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre o povo de Jacó; seu Reino jamais terá fim”.
Perguntou Maria ao anjo: “Como acontecerá isso, se sou virgem? “
O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus.”
Lucas 1:26-35
Não há dúvidas sobre o fato de que Jesus nasceu como ser humano, respeitando todos os processos naturais do nascimento (exceto o ato da relação sexual entre os progenitores, uma vez que Cristo não poderia ser fruto de uma relação carnal, mas de um milagre divino).
Jesus desenvolveu-se normalmente como homem, apesar dos poucos eventos narrados a respeito de Sua infância. Um dos poucos eventos acerca da infância de Jesus pode ser encontrado no segundo capítulo do livro de Lucas (quaisquer outros manuscritos fora da Bíblia que prometem explicar fatos sobre a infância de Cristo devem ser desconsiderados por não se encaixarem com os demais livros bíblicos, além de não serem considerados pela Igreja primitiva como inspirados pelo Espírito Santo de Deus¹).
Totalmente Homem, Totalmente Deus: Profecias
Outra prova que coopera para a ideia de que Jesus, além de totalmente Deus, foi também totalmente homem, é a profecia acerca de Cristo encontrada já no capítulo 3 de Gênesis.
Então o Senhor Deus declarou à serpente: “Já que você fez isso, maldita é você entre todos os rebanhos domésticos e entre todos os animais selvagens! Sobre o seu ventre você rastejará, e pó comerá todos os dias da sua vida.
Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”.
Gênesis 3:14,15 (ênfase acrescentada)
Esta é a passagem da qual Deus decreta o castigo da Serpente após induzir Eva ao pecado. Perceba que o Senhor refere-se ao descendente de Eva utilizando artigo direto, isto é, alguém específico feriria a cabeça de Satanás. Sabemos que de Eva surgiu todos os habitantes humanos do planeta, sendo assim, esta profecia falava acerca de uma única pessoa: Jesus de Nazaré.
Temos então Deus revelando Jesus como descendente de uma criatura humana e não como um espírito vindo diretamente dos céus. Podemos concluir agora esta verdade: Jesus foi totalmente homem. No entanto, não podemos parar por aqui.
O fato de Jesus ter encarnado, ou seja, ter se tornado carne como um de nós, meros mortais, não anulou a divindade de Jesus. Primeiramente lembremo-nos de que foi o Espírito Santo quem gerou Jesus em Maria. Esta, por sua vez, era virgem, portanto não podemos alegar que o ser humano tenha qualquer participação direta no nascimento do Salvador.
Além das profecias acerca de Cristo no Velho Testamento (que são muitas), temos sinais de que Jesus ainda era o filho unigênito de Deus mesmo sendo homem. Vejamos algumas passagens:
Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele.
Então uma voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado”.
Mateus 3:16,17
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago, e os levou, em particular, a um alto monte.
Ali ele foi transfigurado diante deles. Sua face brilhou como o sol, e suas roupas se tornaram brancas como a luz.
Naquele mesmo momento apareceram diante deles Moisés e Elias, conversando com Jesus.
Então Pedro disse a Jesus: “Senhor, é bom estarmos aqui. Se quiseres, farei três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias”.
Enquanto ele ainda estava falando, uma nuvem resplandecente os envolveu, e dela saiu uma voz, que dizia: “Este é o meu Filho amado em quem me agrado. Ouçam-no!”.
Mateus 17:1-5
Até mesmo os demônios reconheciam Jesus como o filho unigênito de Deus Pai.
Até mesmo os demônios reconheciam Jesus como o filho unigênito de Deus Pai.
Quando Jesus desembarcou, um homem com um espírito imundo veio dos sepulcros ao seu encontro. […] Quando ele viu Jesus de longe, correu e prostrou-se diante dele, e gritou em alta voz: “Que queres comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te por Deus que não me atormentes!”.
Marcos 5:2,6-7 (ênfase acrescentada)
O apóstolo Pedro, guiado pelo Pai, compreende Jesus como filho e salvador do homem caído.
Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
Respondeu Jesus: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus”.
Mateus 16:16,17
Nem mesmo aqueles soldados romanos que tanto atormentaram Cristo escaparam da conclusão óbvia diante da cruz.
Quando o centurião e os que com ele vigiavam Jesus viram o terremoto e tudo o que havia acontecido, ficaram aterrorizados e exclamaram: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus!”.
Mateus 27:54
Deus em nenhum momento nega Jesus como Deus Filho. Temos apenas um único momento em que a ira de Deus cai sobre seu próprio filho na cruz como parte do Plano Perfeito para a salvação da humanidade. Neste evento, Jesus se entrega sozinho e prova o cálice de sofrimento que seria a punição do homem pelo seu terrível pecado. É em seus últimos minutos de vida que Jesus clama:
Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?” que significa: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”.
Mateus 27:46
Com exceção deste triste momento, toda a jornada de Jesus enquanto ser humano revelava sua natureza divina, limitada, é claro, pela existência carnal. O próprio Deus Pai e o Deus Espírito Santo testificavam esta verdade: Jesus foi totalmente homem mesmo ainda sendo totalmente Deus.
1: Durante as primeiras décadas após a ressurreição de Cristo, devido à força e alcance do evangelho no Oriente Médio, muitos impostores escreveram livros a respeito de Jesus e sua história. A Igreja, inspirada pelo Espírito Santo, recusou estes falsos livros ao perceberem incongruências quando comparados às profecias do Velho Testamento. Guiados por Deus, os primeiros cristãos da história priorizaram os livros escritos pelos discípulos de Jesus (Os Doze, ou seja, aqueles que testemunharam presencialmente a obra de Cristo), pelo apóstolo Paulo e seus companheiros Marcos e Lucas.
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