Todos, em certa altura da vida, experimentam a dor do luto, entretanto, nem todos veem esta dor partir.
O dia em que este post está sendo escrito, pessoas do Brasil todo visitam os cemitérios para relembrar os bons tempos com os entes que se foram. Trata-se do “Dia dos Finados” (02 de Novembro), um dia de luto.
É muito comum encontrar pessoas debruçadas aos prantos sobre túmulos de pessoas queridas. É triste, mas é necessário. Colocar para fora toda a dor da perda deve integrar o processo de luto.
E quando o choro contínuo, a falta de alimentação e o isolamento social ocasionados pela dor do luto duram dias, semanas, meses, anos e parecem não ter fim? Neste caso exige-se uma atenção maior, pois algo está errado.
De acordo com psiquiatras americanos, as dores mais intensas do processo de luto não devem demorar mais do que duas semanas. Caso contrário, pode tratar-se de alguma psicopatologia, ou seja, doença psíquica.
Se o seu caso, ou o caso de alguém próximo, enquadra-se no que foi dito acima, busque auxílio.
Mas o foco desta postagem não é este. Iremos falar sobre as ações e reflexões necessárias para acelerar a conclusão do processo de luto e oferecer apoio ao indivíduo que experimenta esta difícil fase da vida.
Vamos lá!
1 – Manifeste-se
A dor do luto é terrível, agoniante e quase insuportável, porém é necessária. A dor precisa ser sentida.
Por mais que o senso comum concorde em dizer que o sujeito em luto não deve ficar chorando ou se lamentando, a verdade é que este mesmo sujeito deve chorar sim, se lamentar sim, e fazer o possível para “colocar para fora” toda sua dor.
Classificada entre as mais dolorosas dores da alma, a dor do luto não pode ser suprimida. Se for, muitas doenças psicossomáticas podem surgir, como câncer, por exemplo.
Se você possui alguém próximo que esteja vagando pelos espinhos do luto, não impeça esta pessoa de manifestar sua dor. Basta um ombro amigo ou um abraço seguro.
2 – Racionalize a situação
O uso do pensamento racional é uma importante habilidade humana e deve ser utilizada em qualquer evento da vida. Diferentemente dos pensamentos regados pela emoção, o pensamento racional calcula, compara, resume, provoca reflexão e conclui.
Diante da perda de alguém querido, o pensamento racional faz-se necessário. Apesar de doloroso, o sujeito precisa compreender os seguintes fatos: a pessoa se foi e nunca mais voltará, ou seja, esperanças não podem ser nutridas; lamentar-se pelo tempo não aproveitado com a pessoa que partiu já não adianta, pois isso não a trará de volta; por mais triste que seja a ideia de que tal pessoa partiu, a vida continua, o mundo continua girando.
É de suma importância que o indivíduo em luto lembre-se de que, apesar da partida inesperada, existem outras pessoas que necessitam de amor e atenção, e ainda estão vivas. Também vale lembrar que a morte existe e ela baterá na porta da vida de cada ser vivo neste universo, então vamos chorar por aqueles que foram, mas sorrir pela vida que ainda temos.
3 – Faça a despedida correta
Raramente alguém despede-se de um ente falecido em seu velório. O que vemos é choro, desespero, palavras de arrependimento e declarações de dependência.
Levam o caixão, enterram a pessoa amada, e muitos continuam tristes, não aceitando aquela situação. Esta resistência em admitir que a tal pessoa partiu é gravíssima.
Aqueles que não conseguiram dizer o tão doloroso “adeus” no velório ou no enterro do ente, devem então, pelo menos, dirigir-se até o cemitério, ir até o túmulo e, com toda sinceridade e fé possíveis, reconhecer que aquela pessoa partiu.
Caso esta despedida não seja possível, basta fechar os olhos e imaginar-se falando com aquele que faleceu.
Se realizada com seriedade, convicção e fé, esta despedida colocará fim no longo processo de luto.
4 – Melhore, por amor
Você já deve ter escutado a frase “se ele(a) estivesse vivo(a), você acha que ele(a) gostaria de te ver assim, triste?”. Por mais que pareça estranho, esta questão pode surtir um efeito gigantesco sobre a mente humana.
O sujeito em luto pode, e deve, buscar forças para melhorar sua situação por respeito e amor àquele que se foi.
Ao imaginar a reação do ente falecido, um sentimento de dever pode encher o coração ainda desalentado do indivíduo e dar forças ao mesmo para se levantar e lutar contra os pensamentos intrusivos originados pela perda.
É obvio que, aquela pessoa que tanto nos amou e partiu, não gostaria de nos ver chorando copiosamente e deixando de viver por causa da morte próxima. Saber disto pode mudar tudo.
5 – Concentre-se em algo
Não é recomendado a ninguém permitir que a mente fique vazia (a não ser no caso das meditações). O campo de pensamentos vazio é o local perfeito para o nascer de pensamentos negativos.
Na fase do luto, assim como em qualquer fase desprazerosa da existência humana, é altamente recomendado ao indivíduo que procure ocupar o seu tempo com alguma atividade confortável que lhe exija muita atenção.
Perceba que não estou aqui falando de esquecer o ente querido que partiu desta Terra, mas de buscar forças para dar prosseguimento à vida. Enquanto a morte não chega, devemos viver plenamente cada segundo do existir.
6 – Converse com Deus
Não há nada mais eficaz do que uma oração sincera. Deus, lá de seu trono, derrama seu poder e paz sobre aqueles que chamam pelo Seu nome.
Conversar com outras pessoas é um bom remédio, principalmente se estas outras pessoas já experimentaram o luto também. Mas nada, absolutamente nada, se compara ao agir de Deus.
Portanto, ao encarar o luto, não questione a soberania do Pai, mas apenas clame pelo seu doce e confortante toque. O socorro bem presente virá sobre sua vida!
“Tu, Senhor, ouves a súplica dos necessitados; tu os reanimas e atendes ao seu clamor.” – Salmos 10:17