Então o Senhor me disse: – Homem mortal, será que esses ossos podem ter vida de novo? Eu respondi: – Senhor, meu Deus, só tu sabes se podem ou não. (v. 3)

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Depois de explorar todo aquele cenário de desolação e morte com o profeta, Deus pergunta a ele se seria possível haver vida novamente naquele vale seco e esturricado. Na verdade, o que Deus estava perguntando era, você crê?

Como vimos anteriormente, esse é o primeiro passo, é crer! Mas, como a fé sem obras é morta (Tg. 2:17), ela precisa sair da mera intelectualidade e ser externada por meio de ações, de atitude!

Ele disse: – Profetize para esses ossos. Diga a esses ossos secos que deem atenção à mensagem do Senhor. (v. 4)

Quando indagado sobre a possibilidade dos ossos viverem de novo, o profeta deu uma resposta diplomática para Deus, ele disse: “Senhor, tu sabes”. Mas Deus mandou que ele dissesse que cria. Deus disse: “profetize para esses ossos”. Ou seja, se posicione, comece a agir de acordo com a sua fé.

No seu caso talvez se posicionar signifique voltar a estudar, desengavetar aquele velho sonho, seja dar o primeiro passo de humildade para reatar aquele relacionamento deteriorado, seja aceitar uma nova função na Igreja e voltar a servir, seja voltar a orar por aquela pessoa ou situação que você deu como caso perdido. Eu não sei no que você precisa se posicionar, talvez seja abandonar aquele velho hábito, seja romper aquele relacionamento contrário a Palavra. Eu sei que assim como Deus direcionou o profeta a respeito do que ele precisava fazer, o Espírito também vai direcionar você.

O interessante é que a situação não vai mudar de repente, num piscar de olhos. A fé não é como uma varinha mágica ou um gênio da lâmpada. Precisamos ter maturidade pra entender isso. Muitas vezes até temos coragem para dar o primeiro passo e nos posicionar, mas a nossa fé não é robusta para suportar todo o processo do agir de Deus. Temos uma fé raquítica, por isso naufragamos no meio do caminho e desistimos.

Foi assim com Pedro, quando ele andou sobre as águas com Jesus (Mt. 14:22-32). Ele deu o primeiro passo de fé e saiu do barco, conforme a ordem recebida de Jesus. Mas, como o vento e as ondas não se acalmaram imediatamente, ele temeu, e começou a naufragar em sua fé, até que o Mestre o socorreu. Então Jesus faz a ele uma pergunta enfática: POR QUE VOCÊ DUVIDOU?

Como Pedro, quando nos posicionamos, mas o vento forte não cessa, nossa tendência é afundar, é desistir. Mas este não é o momento para desistir, é o momento de nos apegarmos a voz do Senhor e prosseguirmos segundo a Sua orientação.

Diga que eu, o Senhor Deus, estou lhes dizendo isto: “Eu porei respiração dentro de vocês e os farei viver de novo. Eu lhes darei tendões e músculos e os cobrirei de pele. Porei respiração dentro de vocês e os farei viver de novo. Aí vocês ficarão sabendo que eu sou o Senhor.” (v. 5,6)

Aqui nos é revelada uma verdade muito interessante. Deus deu a Palavra de que faria aquele exército ressuscitar e viver de novo. Ele deu a base para a fé do profeta, a ordem, a direção do que ele precisava fazer: profetizar segundo a Palavra do Senhor, se posicionar, obedecer. Pois bem.

Então profetizei conforme a ordem que eu havia recebido. Enquanto eu falava, ouvi um barulho. Eram os ossos se ajuntando uns com os outros, cada um no seu próprio lugar. (v. 7)

O profeta obedeceu, e fez exatamente como Deus havia falado. E como já dissemos, não foi algo instantâneo, de repente o exército estava de pé e vivo. O profeta relata que ele ouviu um barulho, e percebeu que os ossos estavam se encaixando cada um no seu próprio lugar. Eles não se encaixavam como queriam, segundo a sua livre vontade, mas em lugares pré estabelecidos, selecionados, de forma organizada, no lugar devido, no lugar PRÓPRIO.

Da mesma forma, o milagre e o agir de Deus não vai acontecer na nossa vida como queremos, como idealizamos, mas como o Senhor já programou e estabeleceu, para o fim que Ele quer. Entender isso pode nos poupar muita frustração desnecessária e nos ajudar a perseverar na nossa fé.

Foi assim que Naamã quase perdeu a sua bênção (II Reis 5:1-19). Ele sofria de uma doença incurável na época, e precisava de um milagre. Ele recebe então a informação de que havia um profeta que poderia curá-lo, e, obviamente, o procura com grande expectativa. Nós percebemos no texto que Naamã já havia concebido um plano de como ele seria curado, de como tudo aconteceria e de como o profeta agiria para com ele. Naamã era um comandante, e dos bons, ou seja, um estrategista militar, acostumado a fazer planos, a ter tudo sob controle e muita gente debaixo do seu comando, a ser honrado, respeitado e obedecido.

Mas com Deus não funciona assim, precisamos estar preparados para isso. É Ele quem planeja, quem executa, quem controla tudo, inclusive o cronograma. É Ele quem estabelece o ponto de partida, os meios que serão utilizados e o fim a ser alcançado.

Então, se queremos vivenciar o milagre de Deus no nosso próprio vale de ossos secos, não podemos esperar que o agir Dele se adeque as nossas expectativas. São as nossas expectativas que precisam ser alinhadas com a direção que a Sua Palavra nos dá. Pense nisso. Em que você tem colocado a sua expectativa? Será que suas expectativas não o têm privado de experimentar o sobrenatural de Deus?

Ele tem um plano pra você. Escolha abrir mão de suas próprias razões para que você possa vivenciá-lo.

Continua…

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