Mais um ano se foi e outro se inicia. Assim como não podemos voltar ao passado, também não podemos impedir o futuro. O tempo não perdoa.
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E creio que ninguém é capaz de negar que este é um tempo difícil, dias de luta para toda a humanidade. Mas é preciso lembrar que nossa principal batalha ocorre no mundo espiritual, e, por isso, para lutar e vencer, necessitamos de armas dessa mesma natureza.
Pai cuidadoso como só Ele é, Deus deixou para nós uma armadura completa, que nos protege e nos fortalece para permanecermos de pé, mesmo em tempos difíceis como este.
As armas espirituais que compõem essa armadura foram descritas pelo apóstolo Paulo aos cristãos da igreja de Éfeso, e juntas, formam um verdadeiro arsenal de guerra para que possamos sair vitoriosos no dia mal.
A primeira arma que nos é apresentada é chamada de cinturão da verdade.
O cinturão era uma espécie de cinto usado pelos soldados que tinha a função de sustentar e proteger uma parte do seu corpo, tornando-o firme e forte para o combate. Assim, o combatente encontrava-se livre para mergulhar na batalha sem medo e sem restrições.
No caso da armadura espiritual, o cinturão é a verdade. E a verdade está associada a liberdade… “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Cristo é a própria Verdade. Nele, temos liberdade para lutar as batalhas espirituais, e também as batalhas dessa vida, e vencer. Nos cingir com a verdade como cinturão significa abandonar as mentiras e os enganos que nos tornam espiritualmente frágeis e instáveis, e que nos impedem de usufruir dessa liberdade vitoriosa que encontramos em Jesus, o único que venceu o pecado, o Diabo e a morte.
A segunda arma apresentada é a couraça da justiça.
A couraça era uma peça normalmente feita de bronze que cobria o soldado do pescoço até as coxas.
Nossa couraça é a justiça presente na vida de Cristo, por meio da qual recebemos justificação. É por meio da sua vida justa que somos justificados. É como se a perfeição de Jesus cobrisse as nossas próprias imperfeições. Usar essa arma significa reconhecer que dependemos da sua obra salvadora para sermos salvos, que dependemos de sua vida santa para sermos igualmente santificados.
Ser nos revestimos da vida de Cristo encontramos proteção contra as obras da carne, que resulta em um novo estilo de vida marcado pelas mesmas obras de justiça que Jesus praticou e que tem muito valor para o Pai.
Em terceiro lugar encontramos os calçados da prontidão do Evangelho da paz.
Os soldados usavam calçados aparelhados com travas nas solas, que propiciavam uma passada firme mesmo nos terrenos mais irregulares e perigosos.
Espiritualmente falando, precisamos estar calcados no firme fundamento do Evangelho. Sabemos que o único fundamento é Cristo, e alicerçados nele encontramos segurança nos terrenos difíceis.
Essa segura fundamentação deve resultar em uma vida de proclamação, pois essa é uma ordem expressa e universal dada pelo Senhor. Não podemos ser seletivos na pregação do Evangelho, precisamos estar prontos para proclamar a qualquer pessoa que o Senhor coloque em nosso caminho, pois somente o Evangelho pode transformar até mesmo os solos mais difíceis e pedregosos que encontramos pelo caminho.
Na sequência encontramos o escudo da fé.
Os soldados possuíam escudos compridos que serviam não somente para protegê-los individualmente, como também para formar uma barreira de proteção quando colocados lado a lado uns aos outros. Se encharcados com água, os escudos ainda os protegiam das flechas em chamas atiradas pelo inimigo.
O escudo do cristão é feito de fé e nos fornece proteção contra ataques malignos. E onde encontramos fé para fortalecer nosso escudo?
A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus. Não basta termos uma fé rasa. Nossa fé precisa ser constantemente alimentada pelas verdades da Palavra. Assim, quando o inimigo vier contra nós com suas setas enganosas e tentadoras, a verdade enraizada em nós revelará as suas mentiras e assim permaneceremos firmes, sem que a nossa fé seja abalada.
Temos ainda o capacete da salvação.
Nenhum soldado ia para batalha sem o seu capacete de bronze na cabeça, que o protegia de flechadas e golpes desferidos pelo adversário.
A cabeça, ou melhor dizendo, a mente do cristão também precisa de proteção, e a salvação aponta para nossa filiação e identidade. Todo cristão precisa utilizar a sua salvação como um capacete. De que forma?
A certeza da salvação nos revela quem é o Salvador, quem Ele diz que nós somos e o propósito para o qual nos criou. Essa convicção resulta em uma vida diária de santificação e mantém a nossa esperança viva acerca da eternidade com Deus, independe das circunstâncias que nos cercam.
Até aqui todas as armas que vimos estão voltadas para nossa proteção, mas agora recebemos uma arma de ataque, que é a espada da Palavra de Deus.
A espada era a principal arma utilizada pelo soldado para atacar e abater o inimigo.
Nós também não fomos chamados apenas para ficar na defensiva, por isso a Palavra de Deus nos confere força para atacar.
A Palavra de Deus tem poder para nos transformar e também aos que estão ao nosso redor, afetando até mesmo o ambiente onde estamos inseridos. Quando conhecemos e praticamos a Palavra somos embaixadores estabelecendo o Reino de Deus na terra.
Essa é a melhor forma de atacarmos o sistema mundano que nos rodeia. Por isso é importante alimentarmos sempre a nossa memória com trechos específicos da Palavra de Deus, nos municiando suficientemente para vencermos situações específicas que enfrentaremos no dia a dia, a exemplo do que Jesus fez quando tentado no deserto.
Enfim, a armadura está completa. Mas nenhum soldado parte para a batalha sem antes ter uma estratégia de guerra.
Para isso temos a oração, que para o cristão significa orientação na batalha.
Somos encorajados a orarmos sempre, guiados pelo Espírito Santo. Uma vida de oração é fundamental para manejarmos bem as armas de guerra que o Senhor nos confiou.
Quer ser um soldado vitorioso? Vista sua armadura, empunhe a espada, busque a orientação do seu General e as coloque em prática. Confie, Ele já é vencedor!
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