Falar sobre perdão assusta muita gente. Perdoar não é uma tarefa fácil. Uma coisa é perdoar alguém que esqueceu de te parabenizar no dia do seu aniversário. Outra coisa é perdoar alguém que assassinou algum integrante da sua família. Há níveis diferentes. Entretanto, não podemos viver de forma plenamente saudável no corpo, espírito ou na mente sem liberar perdão.
Talvez você esteja cansado(a) de ouvir falar sobre a importância do perdão. Pode até ser que você tenha, em mente, perdoado alguns ou todos os agressores que agiram contra você. Mas… a questão é: você fez o conserto total?
Perdoar é muito mais do que um exercício mental. Perdão é uma atitude, isto é, agir e não somente pensar. Sim, é necessário olhar nos olhos do agressor e ajustar o que está desajustado. O processo de perdão exige um contato real, pessoal, verdadeiro e profundo. Não há atalhos.
Se você crê em Jesus e entregou sua vida ao governo do Senhor, é bem provável que o Pai coloque no seu caminho novamente as pessoas que você precisa perdoar. Assim aconteceu com José no Egito conforme Gênesis capítulo 42.
Não bastou José perdoar à distância e em pensamento. Deus levou seus irmãos até ele.
Os filhos de Jacó chegaram ao Egito junto com outros para comprar mantimentos, porque também havia fome em Canaã. Uma vez que José era governador do Egito e o encarregado de vender cereais a todos, foi a ele que seus irmãos se dirigiram. Quando chegaram, curvaram-se diante dele com o rosto no chão. José reconheceu os irmãos de imediato, mas fingiu não saber quem eram e lhes perguntou com aspereza: “De onde vocês vêm?”. “Da terra de Canaã”, responderam eles. “Viemos comprar mantimentos.” – Gênesis 42:5-7
Para refrescar a sua memória: José tinha sido vendido como escravo pelos próprios irmãos que estavam motivados pela inveja. Ele sofreu por anos em escravidão, mas Deus o transformou em uma gigantesca autoridade no Egito. A história é realmente muito bela, mas nem tudo são flores. Por mais que aparentemente tudo caminhasse bem, ainda faltava o conserto de José com seus irmãos.
Quando a fome atingiu parte da África e Ásia, os irmãos agressores de José foram até o Egito para conseguir comida. “Coincidentemente” ocorreu o encontro entre José e seus irmãos. Não houve alternativas. José teve que adentrar dolorosos assuntos e perdoar verdadeiramente seus irmãos. Houve choro e conversas profundas. O conserto foi completo.
José não conseguiu mais se conter. Havia muita gente na sala, e ele disse a seus assistentes: “Saiam todos daqui!”. Assim, ficou a sós com seus irmãos e lhes revelou sua identidade. José se emocionou e começou a chorar. Chorou tão alto que os egípcios o ouviram, e logo a notícia chegou ao palácio do faraó. “Sou eu, José!”, disse a seus irmãos. “Meu pai ainda está vivo?” Mas seus irmãos ficaram espantados ao se dar conta de que o homem diante deles era José e perderam a fala. “Cheguem mais perto”, disse José. Quando eles se aproximaram, José continuou: “Eu sou José, o irmão que vocês venderam como escravo ao Egito. Agora, não fiquem aflitos ou furiosos uns com os outros por terem me vendido para cá. Foi Deus quem me enviou adiante de vocês para lhes preservar a vida. – Gênesis 45:1-5
É tempo de consertar as coisas, caro(a) leitor(a). Quando você não libera perdão e conserta totalmente as desavenças, quem sofre é você. Guardar rancor é aprisionar o agressor a você, ou seja, nenhum dos dois está livre. Quando você perdoa, conversa e ajusta o que está desajustado, você se torna livre novamente para voar!
O Pai quer isso de você, tenha certeza! Pensar no perdão não basta. Se seu agressor ainda vive, peça coragem ao Senhor e resolva todas as questões não resolvidas o mais rápido possível. Sua saúde mental clama por isso. O Senhor é contigo!