Ouça Aquilo Que Sua Boca Diz
Há certo egoísmo naqueles que falam ininterruptamente. Falam, falam e falam sem parar ao menos para ponderar sobre o que está sendo dito e sobre o desejo alheio de também manifestar-se. O altruísmo é característica forte e essencial dos eloquentes.
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Todo tipo de interação humana deve ser agradável para que resulte em efeitos significativos. É necessária muita atenção da parte do locutor enquanto “desenrola” o assunto tratado. Assim como um massagista questiona-se sobre a qualidade de suas massagens, o locutor deve questionar-se sobre sua comunicação.
Assuntos relacionados a gesticulação, expressões faciais, dicção e outros, serão tratados nos próximos capítulos. Falaremos agora sobre o conteúdo do que está sendo comunicado.
Durante suas conversas, reflita sobre o quão agradável está sendo o que é dito. A melhor maneira de chegar a uma conclusão a respeito da própria comunicação é o ato de se colocar no lugar do outro.
Pense o seguinte: se você estivesse na pele do seu ouvinte, gostaria do momento? Entenderia com clareza a mensagem? Estaria confortável e cativado?
A prática de se imaginar na mente do outro é um pouco árdua e maçante. Ninguém consegue falar com clareza e construir ideias ao mesmo tempo em que se pergunta internamente se o outro está gostando ou não da conversa. É claro que a mente é capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas há maior qualidade naquilo que usufrui da concentração total.
Portanto, utilize esta técnica aos poucos. Nas rodas de conversa, ou nas apresentações, dedique-se a estas reflexões durante breves momentos para que não haja distração, pois isto te atrapalhará. O equilíbrio surgirá com o decorrer do tempo.
Como o título deste capítulo já diz, devemos nos comunicar e invocar um “espelho imaginário” quando estivermos em dúvida sobre nossa desenvoltura.
Se, colocando-se no lugar do outro, você chegar à conclusão de que o conteúdo da conversa e a forma como você discorre sobre o assunto é extremamente desinteressante, não se desespere nem perca o controle da situação.
Quando “a ficha cai” e percebe-se o quão chata está a conversa, o correto a se fazer é encurtar o assunto ou mudar os rumos do mesmo. Caso, mesmo assim, não haja mudança, então procure encerrar o diálogo.
É absolutamente normal após o lançamento de algum filme, o ator principal do mesmo encontrar em sua performance os defeitos que precisam ser consertados e quais habilidades precisam ser aprimoradas. Esta constante autoanálise leva atores inexperientes ao Óscar.
Todo bom comunicador também pratica a autoanálise. Tente se enxergar neste espelho imaginário principalmente quando está em situações de mais exposição como apresentações na sala de aula, por exemplo.
Analise seus gestos, suas palavras, seu tom de voz, etc. Pergunte a pessoas próximas se sua comunicação está interessante e clara. Não se entristeça diante de duras críticas porque são as críticas construtivas que nos transformam em pessoas melhores.
Antes de fecharmos este subcapítulo é importante relembrar sobre o perigo dos exageros. Ao conversar, dedique-se prioritariamente ao desenvolver da conversa e, somente nos momentos de menos necessidade de concentração, pratique a autoanálise e ouça aquilo que sua boca diz.
Conheça os Campos do Outro
Provavelmente você já se viu conversando com alguém totalmente diferente de você, correto? É claro que todos nós somos diferentes em algo, porém, qualquer interação entre humanos torna-se confusa quando as duas partes não compartilham de mesmos gostos e costumes.
Como um amante de futebol e um amante de golfe manterão uma conversa de qualidade? Se, por sorte, os dois possuírem gostos em comum, a probabilidade de que assuntos ganhem vida entre os dois não é nula, mas caso contrário, nenhum assunto perdurará.
Não quer que a falta de assuntos seja característica corriqueira em suas interações sociais? Então aprenda a analisar os campos de conhecimento do ouvinte. Esta tarefa não é muito fácil e exige rápida observação.
O contato visual é demasiadamente eficaz para o locutor que deseja ganhar confiança e atenção de seus ouvintes, mas isso não significa que os olhos devem manter-se fitados eternamente no outro. Sua interação não perderá qualidade se, por alguns segundos, você observar os trejeitos, adornos e estilo do ouvinte.
Dificilmente não haverá pelo menos um assunto em comum que possa ser suscitado. Mesmo que os gostos pessoais sejam diferentes e até mesmo opostos, é válido lembrar que todos nós compartilhamos do mesmo planeta, portanto, há fatos universais que podem ser discutidos.
Mesmo que você conheça pouco do seu ouvinte, será possível acumular algumas informações observando o que está externo a ele. Se o sujeito carregar em seu braço um capacete, por exemplo, as chances de que ele goste de falar sobre motos são grandes.
Não estamos falando de prejulgamento, mas de análise de probabilidades. Por mais que muitos odeiem o julgar pela aparência, o fato é que a aparência pode sim denunciar muitas informações íntimas do indivíduo. Se não fosse assim, a linguagem corporal não seria objeto de estudos há tantos anos.
As vestimentas, o cabelo, os adornos e o linguajar podem nos dizer se a pessoa segue os estilos da moda ou se tem seu próprio estilo. Caso o sujeito seja seguidor daquilo que está na moda, é bem provável que seus assuntos preferidos estejam relacionados àquilo que está em voga. Por outro lado, se o estilo do sujeito for peculiar, mais conservador, as chances deste preferir assuntos comuns não ligados aos acontecimentos atuais são muitas.
Assim como em qualquer esporte, a habilidade necessária para facilmente iniciar assuntos também deve ser treinada. O primeiro passo para ser um “puxador de assuntos” é ter ousadia. A timidez tem a capacidade de “paralisar” alguns recursos mentais e acaba servindo de enorme empecilho para quem deseja socializar-se melhor.
Além da ousadia, temos o segundo passo: ser conhecedor dos assuntos atuais. Hoje em dia, a informação está facilmente acessível a todos. Bastam alguns toques na tela do celular e seremos informados sobre tudo o que está acontecendo ao redor do mundo.
Como dito em um dos parágrafos anteriores, todos nós compartilhamos do mesmo planeta, portanto, ao comentar sobre alguma notícia atual e interessante, provavelmente o ouvinte fomentará a conversação. Você terá ainda mais sucesso se a notícia trazida à tona possuir ligações com alguma característica que o sujeito deixou transparecer através de sua aparência.
Evite ao máximo estender algum assunto que esteja demasiadamente fora dos campos de conhecimento do ouvinte. Isso, claro, se você quer ser um bom e cativante comunicador. Não será interessante para um fazendeiro conversar sobre os novos lançamentos de computadores da Apple.
O Quão Interessante é o Seu Assunto?
Há uma série de regras que você pode impor a si mesmo em relação ao que conversar. Estas regras inicialmente poderão gerar alguma espécie de incômodo, mas ao decorrer do tempo e com os avanços da prática, se tornarão analises rápidas e automáticas.
E que regras são estas? Vejamos.
– Regra da utilidade:
Observe se o assunto levantado é útil para o ouvinte. Há alguma chance de que o assunto conversado traga informações úteis àquele que está ouvindo? Num dia futuro, há a probabilidade de que esta conversa seja lembrada e auxilie o sujeito de alguma forma? A resposta deve ser positiva.
– Regra da compreensão:
Observe se o assunto levantado é facilmente compreendido pelo ouvinte. Como falado no subcapítulo anterior, conheça os campos de conhecimento de seu ouvinte para que você tenha certeza de que este está entendendo claramente a informação que está sendo passada.
– Regra da eloquência:
Observe se você está falando em uma velocidade razoável e com agradável dicção. Pessoas que falam rapidamente dificultam a compreensão da mensagem, enquanto que pessoas que falam em velocidade muito lenta obtém fracasso em cativar a atenção do ouvinte.
– Regra da completude:
Observe se a informação está sendo transmitida não somente de forma verbal, mas também de forma não-verbal. Os gestos são tão úteis durante uma conversa quanto as próprias palavras. Lembrando que gestos não são somente o movimentar das mãos, mas também as expressões faciais (eis a enorme importância do sorriso).
– Regra da objetividade:
Observe quantas vezes utilizei a palavra “observe” nos parágrafos anteriores. É um pouco chato, não é mesmo? Evite repetir histórias e afirmações. As pessoas gostam de objetividade, principalmente em um mundo como o de hoje onde tudo ocorre em velocidade máxima.
Esteja atento a estes critérios. Busque encontrar os defeitos presentes em sua oratória e os substitua pelas regras aqui citadas. Os efeitos são notáveis.
📘 Trechos do Livro:
Técnicas Poderosas Para Melhorar Sua Comunicação
Ouça Aquilo Que Sua Boca Diz Há certo egoísmo naqueles que falam ininterruptamente. Falam, falam e falam sem parar ao menos para ponderar…
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